Velhos Tempos

Sabe, hoje eu conversando com meu pai, minha mãe, e mais outros de minha família, começamos a falar de coisas do passado, a mãe lembrando de coisas ruins pelo que passou, o pai (hilário meu pai) brincando com ela. E eu, nesse momento de recordações lembrei de tantas coisas ruins que eu passei. E lembrando, pensando (...) lembrei de tantas coisas boas que vivi, não posso reclamar mais do que passei, apesar de tudo quando eu estou só, em casa, sozinho á noite, sempre lembro de algum momento inesquecível, e eu tive tantos. Tantas vezes fui descer de bóia com aquela turma de amigos de infância, por vezes voltava alguém bêbado, e eu claro não escapei. Esse tempo de ter “amigos de sempre” parece que passou, aliais muita coisa de antigamente passou.

Esse é meu maior foco hoje.

Houve um tempo, crianças, em que a gente não falava de sexo como quem fala de um pedaço de torta. Ninguém dizia Fulano comeu Beltrana, assim, com essa vulgaridade. Nada disso. Fulano tinha dormido com ela. Era este o verbo. O que os dois tinham feito antes de dormir, ou ao acordar, ficava subentendido. A informação era esta, dormiram juntos, ponto. Mesmo que eles não tivessem pregado o olho nem por um segundo. Entre conversas com meus amigos eu percebo que o que vale é quem beijou mais, isso é o que significa a palavra “divertir” pra eles. Eles fazem apostas de quem pega mais garotas, e com isso quebram seus próprios recordes, e depois voltam pra casa com uma vazio estúpido, porque continuam sem a menor idéia do que seja um encontro de verdade, reconhecer-se em outra pessoa, amar alguém instintivamente, sem planejamento. Estão todos perdidos em seus mundos fechados.

Mais não esqueçam meus amigos do que disse o grande filósofo Almodóvar

"Existem quatro coisas na vida que não se recuperam:

- a pedra, depois de atirada;

- a palavra depois de proferida;

- a ocasião, depois de perdida e

- o tempo, depois de passado."